quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Artigo das Humanidades. A atual crise imigratória

Perto das provas, uma solução é prontamente armada, e procura-se a aprovação.
Como boa parcela dos estudantes deve estar sabendo, em especial os estudantes do terceiro ano do ensino médio, falta aproximadamente um mês para o início do exame nacional do ensino médio. E tem se percebido que estes jovens não têm andado sabendo das últimas atualidades do mundo que os cerca, seja dentro de seu país ou fora dele. Deste modo, procurando uma solução, a professora de História, Vanessa Serafim, decidiu propor a criação ou reprodução de textos contendo artigos diversos referentes as matérias das humanidades para ajudar os alunos. Com textos desenvolvidos tanto pelos professores, bem como os próprios alunos. Sendo que os mesmos também estarão disponíveis nos painéis da escola para serem lidos.
Sofrido pelo atentado terrorista desse ano, o jornal francês, Charlie Hebdo,
faz uma sátira a morte do garoto sírio com a promoção de um menu fictício.
Para começar, o nosso conhecido professor de Sociologia sugere a leitura de dois artigos sobre a crise imigratória. O primeiro que demonstra o real enfoque, e o entendimento da situação, e o outro que explica a diferenciação entre imigrantes e refugiados. Confira os links abaixo:


Deseja participar do projeto? Envie um e-mail com o seu artigo ou reprodução para o autor da postagem, e quem sabe o seu artigo ou reprodução pode aparecer por aqui também?
segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Consolações à pátria no dia sete de setembro

Mais um feriado nacional, mais uma emenda de feriado!
A história da independência do Brasil pode ser percebida de maneira conturbada. Tendo início com a vinda da família real ao país, que estava fugindo do exército francês comandado por Napoleão Bonaparte que invadia o reino de Portugal. Porque o rei se recusava a fazer parte do bloquei continental contra o Reino Unido, visto que Bonaparte queria acabar com a economia da Inglaterra. E assim o rei, Dom João VI, viu a colônia brasileira como um refúgio, e desembarcou no estado da Bahia com sua família, se movendo mais tarde para o Rio de Janeiro, em janeiro de 1808.
Chegada da família real ao cais de Belém.
Henry L'Evêque: Cáes de Belem, 1813?. Gravura: buril e água-forte.
Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal.
A escolha retoma que a cidade era mais bem desenvolvido do pais, pois era um local banhado pelo mar. A esperança de uma nova fuga era facilitada, e deste modo o local se torno a nova capital de Portugal. E também naquela época, São Paulo não tinha o status de atualmente, visto que sua consolidação como uma cidade econômica só chegou anos mais tarde através da produção cafeeira pelos imigrantes, durante o regime do "café com leite".  Deste modo o rei definitivamente transformou a cidade, instalando diversas repartições públicas: incluindo o banco do brasil, o arquivo central, a biblioteca real, entre várias outras coisas.

Ainda neste momento, o rei fez a abertura dos portos às nações amigas, no caso a Inglaterra. Pondo um fim ao pacto colonial, que obrigava produtos estrangeiros a passarem pela alfândega da metrópole portuguesa antes de desembarcarem na colônia brasileira. Isso permitiu facilitar o comercio, obtendo produtos de fora para sustentar a colônia. E na Europa, as nações locais haviam conseguido derrotar Napoleão em 1815, permitindo que cada rei retorna-se ao seu trono. Então Dom João VI retorno mesmo para restabelecer seu poderio, porque com a revolução liberal do porto, os manifestantes haviam destituído o absolutismo pela monarquia constitucional.

O registro da carta régia pode ser visto no link abaixo:

Para não deixar o pais sem um governante, o rei resolve colocar seu filho, Dom Pedro I em seu lugar como regente do Brasil. E com os impostos só aumentando, os latifundiários, detentores de grandes porções de terra, onde cultivavam o plantio, estavam ficando estressados com essa situação. Resolveram então pressionar o regente através de uma rebelião, para obter a independência do Brasil, e o fim de pagamentos a coroa portuguesa.

Apesar das pinturas da época retratarem Pedro descendo a serra rumo ao litoral montado em lindos cavalos e luxuosas roupas, muito bem lavadas. Essa não é a verdadeira história. O imperador estava aflito e nervoso quando foi avisado que sua esposa princesa Maria Leopoldina, que a mesma havia sancionado uma lei no dia 13 de agosto de 1822, que permitia a libertação do Brasil das mãos de Portugal. E este teve que as pressas proclamar o famoso grito da independência.
Representação do dia da independência do Brasil.
Pedro Américo: O grito o Ipiranga, 1888. Óleo sobre tela, 415cm x 760cm.
São Paulo, Museu Paulista da USP.
Se o uso da razão for exercitado por um instante, essas imagens caem em um cenário fictício. Visto que cavalos não tem força e nem astúcia para andar nos terrenos íngremes e tortuosas de uma serração, bem como a presença do ambiente lamacento da mata e a secreção de plantas e animais. Provavelmente todo esse clima tenham feito que o imperador e sua "cavalaria" descessem a serra amontado em mulas, sujos e famintos. Realizando o grito no dia 7 de setembro de 1822, quando ele recebeu o decreto da esposa.

Tendo feito esse ato heroico da elite brasileira, o Brasil ainda não estava totalmente independente, visto que o decreto estava apenas no papel, era preciso colocá-lo em prático. Para isso foi gasto mais de 2 milhões de libras esterlinas para que Portugal reconhece-se a independência. Diferente de outros países que aceitaram o decreto naturalmente, como o Estados Unidos e o México. E o imperador proclamou o dia do fico, quando este foi solicitado para retorna a Portugal no dia 9 de janeiro de 1822 para cuidar do país, mais resolveu ficar para cuidar da nação brasileira.
"Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico." - Dom Pedro I. (vide que este "todos", certamente se referia aos proletariados, a antiga elite brasileira)
E o mais engraçado é que o imperador sofria de terríveis problemas intestinais, o que lhe causava terríveis diarreias. Portanto, provavelmente o local do acontecimento foi em cima de uma colina contendo bastante vegetação para seu alivio. E não as margens do rio Ipiranga como se pressupõem o registro presente no hino nacional.
Mulheres e crianças com a bandeira brasileira, mimética ao positivismo.
Pedro Bruno: Pátria, 1919. Óleo sobre tela, 278cm x 190cm.
Rio de Janeiro, Museu da república(
Palácio do Catete).
E no quesito hino, depois de toda essa explanação das origens do feriado fica inevitável uma pergunta, que muitos têm desde os seus anos de escola por vez. Afinal. Pode não pode aplaudir o hino nacional? Para respondermos essa questão devemos verificar o excerto do artigo nº 30 e o parágrafo único abaixo deste, contido na lei nº 5.700, de 1 de setembro de 1971. E ao terminar a leitura podemos sintetizar o texto desta forma:

Dever-se ter uma atitude de respeito durante a execução do hino, tomando como base o regulamento estabelecido pela instituição onde o hino está sendo executado. Ficando proibido qualquer manifestação adversa não instruída pela instituição, bem como o desrespeito ao hino.

E chegamos a conclusão que fica no dever da instituição a escolha de bater palmas ou não, como algo optativo. Que só se deve ser executado apenas depois do término da execução do mesmo para que não seja caracterizado como desrespeito. Além disso, como a proibição do ato não é prevista na lei, o princípio de legalidade e da anterioridade se confirma. Como visto na constituição federal, no art. 5º, inciso XXXIX.

Confira as devidas elencações citadas acima através dos seguintes links:

Provavelmente essa ideia de que as palmas são consideras falta de educação provem que o hino represente o próprio povo. Logo a atitude denotaria a contemplação de si mesmo. Gerando um paradoxo. Ou até mesmo que o hino não é uma apresentação, como um show ou concerto, e sim um símbolo que deve ser velado. Ou na contramão desta, que o hino é uma execução interpretativa do real símbolo nacional e, portanto, está cópia imperfeita teria a permissão de receber aplausos (mundo das ideias de Platão?).


Bem no final das contas, muitos docentes estavam equivocados sobre suas premissas inicias. Certamente pela rigidez que as antigas escolas empunhavam sobre seus alunos, não permitindo que esses aplaudissem o hino. Quanto mais ao questionamento filosófico do assunto.  Fazendo muitos alunos apenas aceitarem, ao invés de saber o porquê que tem que ser dessa maneira.