terça-feira, 22 de agosto de 2017

A concepção de um aluno perfeito

Se pudéssemos eleger qualidades na formação de um aluno exemplar. Quais seriam?
Para facilitar a compreensão do mundo que o cerca, o ser humano gosta de produzir conceitos superiores, com os quais possa se identificar e procurar atingir. Mesmo que esses não sejam tangíveis em meio prático, pelo menos o ideal criado serve como base para compreender aquilo que se quer obter. Deste modo, conseguimos avaliar o grau de perfeição de um objeto, através da comparação entre o ente transcendente perfeito e o profano. Uma exemplificação simples para isso seria o conceito comum de democracia. Todos os seres humanos têm uma ideia do que seria uma democracia perfeita, e sendo assim, para sabermos o nível de democracia de uma sociedade, basta comparar o estado atual da mesma com o modelo abstrato de nossas cabeças, e averiguar, o quão perto essa chega do modelo perfeito.
Nada garante que uma pessoa inteligente não possa ser boa em
atividades motoras. E vice-versa. Na verdade, são gestos complementares.
Iremos então fazer um exercício semelhante. Pegando um grupo de qualidades que definirá aquilo que denotaremos como o aluno exemplar. Algo muito além do famoso "queridinho do professor". Alguém competente o suficiente para tirar notas máximas em atividades e provas individuais, bem como agir da maneira mais adequada possível dentro de uma sala de aula. Claro que, certamente, esse papo não é novo. Por diversas vezes esse exercício já fora feito. E sendo assim, estaremos nos baseando no trabalho produzido pelo professor e YouTuber Nerckie, onde em seu site, Vestibulandia, o professor nos apresenta um texto corrido que visa discutir esse assunto de maneira breve. A nossa proposta será então, através deste texto, abordar as qualidades citadas por Nerckie, e fazer comentários a respeito do porquê tais foram assinaladas, assim como toda discurso a respeito.

De maneira geral. Segue-se as cinco qualidades básicas com a sua descrição mais curta:
  1. Inteligência: Capacidade de resolver problemas com o conhecimento adquirido.
  2. Conhecimento: Toda a informação memorizada por uma pessoa.
  3. Precisão: O quão exato uma pessoa consegue resolver um problema.
  4. Eficiência: Se a pessoa se utiliza do melhor método de resolução para cada problema.
  5. Segurança: Resolver os problemas sem que o nervosismo atrapalhe.
Tomado então o conhecimento inicial das qualidades, vamos falar a respeito das mesmas: quando falamos de inteligência, muitas pessoas se questionam se realmente essa seria algo inato, de nascença, ou algo que se aprende. Bem. Utilizaremos a analogia do elástico, onde todos podem ser puxados, forçados, a melhorar suas condições iniciais de inteligência. Contudo é de se notar, que existem uma alta gama de elásticos diferenciados por sua rigidez, onde alguns seriam mais duros, difíceis de serem puxados, e outros mais maleáveis, mais fáceis de se esticarem. Sendo assim, algumas pessoas poderão demorar mais tempo para aprender do que outras. Mas nada impede que as mesmas não possam ser puxadas. Talvez quem sabe, qualquer pessoa pode se tornar um Einstein, contudo a pergunta certeira seria: quanto tempo levaria para uma pessoa comum obter as habilidades cognitivas de um Einstein?

Ter um boletim apenas com notas máximas é um sonho utópico.
Contudo a busca pelo mesmo não nos deixa parar de sonhar.
Algumas pessoas acreditam que na verdade o que ocorre seria a aquisição de conhecimento. E não que uma pessoa se torne mais inteligente. Sendo assim, a capacidade de absorver conteúdo de uma pessoa seria algo limitado. Mas dado a disciplina e o esforço, todos podem aprender qualquer coisa que quiserem, contanto que tenha visto os conteúdos que antecedem aquilo que se deseja aprender. Realmente isso é muito importante. Não irá adiantar nada compreender a mecânica da física clássica, sem antes compreender os conceitos elementares de aritmética e álgebra da matemática. Procurar entender que os conceitos estão todos relacionados entre si, é portanto, algo crucial para a criação de um bom aluno. Esse seria capaz de enxergar as matérias como elas são, em sua totalidade, e não como meros pedaços isolados que não se comunicam entre si.

Sobre o terceiro item da lista, esse nos revela o propósito da repetição. Há uma famosa frase que alguns gostam de martelar, em que "a prática leva a perfeição", o que não está de todo errado. Mas a mesma se encontra incompleta. Isso porque se faz necessário não apenas a prática feita de maneira incansável e desregrada. É preciso antes de tudo ter a base teórica necessária para se experimentar da prática. Como podemos resolver um exercício de história do Brasil se a desconhecemos e não lemos a respeito do assunto? Parece meio obvio, mas de fato não o é. Muitas das vezes nos vemos desesperados, cometendo os mesmos erros nos exercícios por diversas vezes, por justamente não termos aprendido os conceitos chaves de uma matéria. Por tanto, sempre que fazer um exercício, procure revisar os conceitos antes de tentar resolve-lo.

E para os dois últimos, vemos o uso da esperteza a favor do aluno. Em especial no último. Muitas pessoas realmente sabem o conteúdo de uma prova, vão fazer a mesma, e acabam indo mal. O que aconteceu? A falta de controle emocional para gerenciar o estresse e o nervosismo. Esse que é um elemento essencial, para a resolução de provas com tranquilidade. Sabendo que as mulheres tende a ser mais emocionais que os homens, seja por motivos biológicos ou porque a sociedade as trata com maior delicadeza, a expressar o que sentem, essas passam a ser as mais prejudicadas. Estudos mostram que, enquanto mulheres tende a ficar pesando nas possibilidades do que deveriam ter feito em uma prova, homens apenas aceitam o acontecimento e deixam o mesmo no passado. Portanto eles estão muito mais dispostos e se esforçarem para um futuro, do que remoer o que já aconteceu.
A ansiedade é um problema que acomete muitos jovens da contemporaneidade.
Em especial, as mulheres acabam sendo as mais prejudicadas com o problema.
Não podemos também ser tolos de acreditar em frases no estilo "eu não decorei, eu aprendi". Isso porque qualquer ato cognitivo está intrinsecamente relacionado ao processo de memorização. Quando dizemos que aprendemos algo, significa na verdade que memorizamos o conceito daquele assunto e não os seus fatos em si. Tome como exemplo a tabuada, existe o fato, que são os números na tabuada da multiplicação, onde sempre sete vezes oito será igual a cinquenta e seis. Agora já o conceito, de que a multiplicação é a soma repetitiva de um número pelo outro, é outra coisa. E de fato, conseguimos encontrar pessoas que conseguem memorizar o conceito da tabuada, mas não os seu fatos básicos, como as tabuadas do um ao dez com maestria, que são essencial para um bom desenvolvimento da aritmética.

Reorganizar e pensar na melhor solução para um problema pode ser talvez um dos mais complicados atos. Uma grande dificuldade que vemos é a falta de vontade, em se dissertar a respeito de um assunto nas provas de humanas, com respostas curtas e insuficientes, ou também o oposto disso, com respostas longas, mas sem grande significado, sempre passando pelas suas bordas, mas nunca ofertando a resposta em si para a questão. O que deve ser feito é ser sempre direto e conciso ao se utilizar das palavras. Não somente nas linguagens humanas, mas também nas exatas. Saber manipular formulas para resolver problemas de estequiometria química de maneira eficiente é um achado exclusivo. Realmente são poucos os alunos que conseguem fazer tal façanha com rigor. Devido que outras qualidades devem estar muito bem refinadas para que isso venha acontecer.

É de se notar que as qualidades que vimos e analisamos acima são primordialmente voltadas para a capacidade de se passar em uma prova. E entrando mais a fundo no quesito como se comportar em sala de aula, devemos formular um aparato para conseguimos obter tais qualidades. Quais seriam então as precedências a serem tomadas para tal feito? É interessante notar então inicialmente que, dado a diversidade de estilos de professores, como o aluno deve se portar irá corresponder às preferências desses estilos. Não que o aluno deva ser um robô paralitico, passivo em ouvir o mesmo. Muito pelo contrário, deve também, e porque não, se necessário, confronta-lo, visando expandir os horizontes do mesmo, caso sejam de certo modo, limitado em alguma parte.

Selecionamos então alguns itens para a lista de ações a serem tomadas:
  1. Participativo: Ser capaz de interagir durante as aulas.
  2. Perseverança: Não desistir facilmente e correr atrás dos estudos.
  3. Organização: Ter habilidade em planejar e controlar os estudos.
Quando falamos em participação, estamos sugerindo que os alunos venham de "corpo e alma" para a sala de aula. Muitas vezes nos sentimos absortos por outros pensamentos que não dizem em nada a respeito com a matéria. Com isso vagamos longe e perdemos o foco. Quando vemos, já perdemos o fio da meada. Por tanto, interagir com o professor, como fazer perguntas a respeito do assunto, quando tiver dúvidas, é sempre bem-vindo, e porque não, com os próprios colegas de classe. E caso o professor tenha aversão em responde-las, o que pode ocorrer, procure ajuda de outros, ou até mesmo na própria internet. Há muitos fóruns de discussão sobre os mais diversos assuntos. Caso domine a língua inglesa, terá ainda o privilégio de obter informações muito mais elaboradas, como deve saber.
Não estude de maneira prolongada. Quando estiver cansado, pare.
O seu cérebro precisa de pausas para compreender aquilo que foi visto.
No segundo tópico de nossa lista. A perseverança, nos diz respeito da ideia de não desistir nas primeiras tentativas, e nem nas últimas. Ficamos por horas e horas ao tentar responder um exercício que seria respondido em alguns minutos segundo o professor, e ficamos frustrados com isso. Não se deixe abalar. Para resolver o problema temos que ir ao terceiro tópico: em planejar os estudos. Hoje eu não consegui resolver. Para e pense. Porque eu não consegui resolver? O que faltou para que eu pudesse resolver a questão? O que eu posso fazer para melhorar? São perguntas simples como essa, mas com uma resposta dificultosa, que irá leva-lo a responder suas dificuldades. A automotivação é então uma peça chave de qualquer bom aluno. Sem ela nos tornamos opacos e deixamo-nos levar pelas emoções e sentimos do momento.

Nas próximas postagens. Iremos visualizar o viés mais prático.
Do que deve ser feito e como deve ser feito. Fique no aguarde!

Você pode conferir a postagem do professor Nerckie pelo link abaixo: